DE CÁ E DELÁ

Daqui e dali, dos lugares por onde andei ou por onde gostaria de ter andado, dos mares que naveguei, dos versos que fiz, dos amigos que tive, das terras que amei, dos livros que escrevi.
Por onde me perdi, aonde me encontrei... Hei-de falar muito do que me agrada e pouco do que me desgosta.
O meu trabalho, que fui eu quase todo, ficará de fora deste projecto.
Vou tentar colar umas páginas às outras. Serão precárias, como a vida, e nunca hão-de ser livro. Não é esse o destino de tudo o que se escreve.

sábado, 27 de maio de 2017



ATENTADO DE MANCHESTER

Passei uns dias em Itália, com a minha mulher. Estivemos em Milão nos dias 21 e 22 de maio.
Mesmo sabendo que vivemos tempos inseguros, surpreendeu-nos o aparato policial. 
Após longa caminhada, sentámo-nos, a descansar, junto ao Scala, perto da estátua de Leonardo da Vinci. Tínhamos em frente, a poucos metros de distância, um par de militares. Um deles nunca afastava o dedo do gatilho da pistola-metralhadora.
Voltámos ao metro e continuámos o passeio. Esta fotografia foi tirada da parte de frente da Estação Central de Milão. A ideia era fixar a grande maçã a meio da praça. Veem-se, estacionadas à direita, viaturas do Exército. Uma carrinha azul da Polícia ia dando voltas ao recinto.


Dia 23, demos conta, no ecrã televisivo do comboio de alta velocidade que nos conduzia a Florença, do brutal atentado dirigido contra crianças e adolescentes que saíam dum concerto pop, em Manchester. Soltaram-se os ventos do ódio e da selvajaria e ninguém sabe como reconduzi-los às escuras cavernas que os continham.
Dia 25, de volta a Milão, repetimos a caminhada de dias antes. A presença policial era então bem mais discreta.

É quase impossível não pensar que as autoridades policiais italianas, assim como, provavelmente, as forças de segurança da maior parte dos países europeus, tinham sido avisados da iminência de um atentado terrorista. Saberiam quando, mas não saberiam onde.

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